terça-feira, 19 de novembro de 2013

Mais um curso básico de acesso ao dossel em Uberlândia neste último fim de semana (16 e 17 de novembro de 2013)

O último curso básico de acesso vertical ao dossel (escalada de árvores) da temporada 2013 ocorreu esse fim de semana, nos dias 16 e 17 de novembro, aqui em Uberlândia. Tudo ocorreu perfeitamente como planejado e na verdade até superou nossas expectativas, pois estávamos um pouco preocupados com a fase de transição e adaptação a um novo local para ministrar os cursos. Por esse motivo não conduzimos todas as atividades neste novo local e optamos por ministrar o curso em dois lugares diferentes. O primeiro dia foi no Centro de Estudos Terra Brazilis (CETB) e o segundo dia no "Pesque-Pague KM 15". Essa é a novidade dessa edição, a nova parceria com o Pesque-Pague KM 15 onde temos um local agradável, rodeado por dezenas de eucaliptos, facilidade de logística para almoço, etc. A despeito do uso de dois lugares diferentes, não tivemos prejuízo quanto à programação e a carga horária do curso. A justificativa para a nova parceria com o Pesque-Pague é que infelizmente recebemos a notícia que a chácara do CETB está a venda. Para a temporada 2014 utilizaremos somente o espaço do Pesque-Pague KM 15 para os cursos futuros. Nesta edição participaram:
Benjamin George Soame – professor de inglês em Uberlândia mas natural da Inglaterra;
José Elvino do Nascimento Júnior – biólogo, mestrando em Biologia Vegetal pela Universidade de Campinas (UNICAMP);
Ana Cláudia Alencar da Silva Santos – namorada do José, estudante de ciências biológicas na Universidade Federal de Sergipe;

Da esquerda para direita: Francisco Schimdt, José, Ana, Iza (esposa do Benjamin), Benjamim e eu (Alexandre) agachado.

Turma recebendo as primeiras instruções de manuseio dos blocantes de punho, no primeiro dia do curso.

Destacamos que essa é a terceira vez que recebemos alunos estrangeiros e neste caso foi o Benjamin Soame, da Inglaterra. Falando um pouco sobre cada aluno vamos começar pelo casal José e Ana que são biólogos. Quando questionado por que procurou o curso o José nos declarou que ele pretende utilizar as técnicas verticais de acesso ao dossel para estudar espécies da família Clusiaceae na Amazônia, durante o seu mestrado. Em relação à opinião do que achou do curso o José afirmou: “O curso prático foi muito bom! Talvez se houvesse mais um dia, os alunos poderiam se acostumar mais com as técnicas.” Já a Ana nos falou que procurou o curso a princípio pela necessidade de se fazer coletas botânicas e também poder ajudar seu namorado José, nas coletas do seu mestrado. Quando questionada sobre o que achou do curso ela nos declarou: “Achei o curso muito bom, principalmente por ter sido todo prático. O auxílio durante as subidas e descidas pelos instrutores foi fundamental, além de encorajar (pelo menos tentar) seus alunos. Essa segurança que vocês passaram foi muito importante.”

José e Ana em momento de descanço após escalarem no primeiro dia de curso.

O Benjamin me conheceu por meio de anúncios de venda de produtos para camping que costumo fazer via facebook. Fizemos amizade e acabei descobrindo que ele e a esposa, assim como eu, são amantes de assuntos como bushcraft e sobrevivencialismo. Dessa forma acabei fazendo propaganda do curso. Com relação a opinião do Benjamin sobre o curso ele nos disse: “I found the course very informative and exciting, both of the instructors have a wide range of knowledge, also this is taught in a friendly manner.” Ele ainda nos deu uma sugestão de que para agregar mais valor aos treinamentos que oferecêssemos um material impresso para os alunos com fotos dos principais tipos de nós utilizados no curso e também o passo-à-passo das técnicas básicas de escalada em árvores. Particularmente sou um pouco resistente a passar material impresso para que o aluno se concentre em aprender tudo de forma 100% prática e não confiar em manuais e guias, desprezando a importância da interação com os instrutores. Entretanto estaremos avaliando essa sugestão sim, com certeza!

Benjamim durante ascensão em um eucalipto utilizando corda simples (SRT) no segundo dia de curso!

Francisco passando as instruções sobre os diferentes tipos de nós que usamos no curso!

Ana quase chegando no galho do eucalipto no segundo dia de curso. Apesar de todo o medo que demonstrou Ana, nossos sinceros parabéns por você ter conseguido chegar neste ponto da árvore!

Benjamin após executar a técnica de passagem para a rede de dormir, simulando um pernoite na copa. Que cara mais folgado não????

Mais uma vez utilizamos a formatação 3 alunos e 2 instrutores e a exemplo de outros cursos com essa formação o desempenho das atividades seguiu conforme planejado, com bastante eficiência e segurança. Entretanto sempre peço que os alunos escrevam os pontos positivos e negativos sobre o curso para que possamos avaliar suas observações em reuniões de planejamento dos próximos cursos para melhorarmos o nível e a qualidade das atividades nas futuras turmas. Nesse sentido nos chamou a atenção a opinião do José mas que também foi compartilhada pela Ana. Os dois nos colocaram que achariam interessante se o curso fosse mais demorado, o problema é que com os anos de experiência dando cursos dessa natureza, cheguei a conclusão de que 16 a 20 horas de curso é suficiente para uma instrução de nível básico. Outro fator que deve ser levado em consideração é que como nós instrutores somos funcionários públicos e somente dispomos de horários aos fins de semana e feriados para dar esses cursos. Além disso, o principal público de alunos que nos procura, geralmente são os estudantes, que não dispõem de tempo durante a semana para esses cursos!

Francisco Schimdt de olho nos procedimentos do Benjamin na copa do Eucalipto.

Pessoal mais uma vez agradecemos aos alunos pela escolha do nosso curso! Obrigado ao meu parceiro de cursos, instrutor Francisco Carlos Schimdt. Obrigado a bióloga Neiva Beatriz Antunes por ceder mais uma vez sua chácara para que pudéssemos oferecer o primeiro dia de curso e obrigado também a Sra. Adriana (proprietária do Pesque-Pague Km 15) por ceder sua propriedade e hospitalidade para as atividades do segundo dia de curso. Um agradecimento especial à Iza Almeida Soame, esposa do Benjamin, que foi muito prestativa em solo e também deu uma super força como tradutora simultânea em diversos momentos do curso pois meu inglês está um pouco enferrujado. Sem a ajuda de vocês nada disso seria possível. Em tempo, informamos que daremos uma pausa nos cursos neste ano de 2013 para inspeção de equipamentos, planejamentos futuros, inspeção das árvores no novo local (pesque-pague KM 15) entre outras coisas. Muito obrigado a todos que confiaram no nosso trabalho e fizeram o ano de 2013 um ano especial e produtivo. Se você curtiu essa matéria compartilhe com seus amigos, venha nos conhecer e fazer nosso curso também! O agendamento é realizado durante todo o ano, sempre aos fins de semana e/ou feriados e condicionado a disponibilidade de vagas. Entre em contato conosco e tire suas dúvidas! Boa semana, saudações verticais!! SELVA!

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Que árvores existem na Amazônia?

Fernando Reinach - O Estado de S.Paulo
Quantas espécies de árvores existem na Amazônia? Você não sabe? Não se preocupe, porque ninguém sabe. Mas agora cientistas obtiveram uma primeira estimativa. São aproximadamente 16 mil espécies. Essa descoberta veio com uma surpresa. As 227 espécies mais frequentes são responsáveis por 50% de todas as árvores presentes na região.

Mais de uma centena de cientistas se juntaram para estudar 1.170 quadrados de mata espalhados pelos 6 milhões de quilômetros quadrados de florestas que compõem a região amazônica. Cada um desses quadrados de 100 por 100 metros (o tamanho de um quarteirão) foi vasculhado palmo a palmo. As árvores foram contadas, identificadas e classificadas (a definição de árvore usada pelos cientistas é qualquer planta com um tronco com mais de 10 centímetros de diâmetro). Dado o tamanho da amostra, e a distribuição desses quadrados por toda a região, os cientistas acreditam que esses dados são suficientes para inferir a real biodiversidade de árvores presentes na região.

Nos 1.170 quadrados foram identificadas e classificadas 639.639 árvores, o que indica que na Amazônia a densidade média é de 565 árvores por hectare e o total de árvores existente na região é de 3,9 x 1011. Isso equivale a mais de 50 árvores por habitante do planeta Terra (somos aproximadamente 7,1 x 109 pessoas). Se cada um de nós derrubar uma árvore por dia, em menos de 2 meses liquidamos a floresta.

Nessa amostra de 639.639 árvores foram identificadas 4.962 espécies. O resultado mais surpreendente foi a distribuição das diferentes espécies. As 227 espécies mais abundantes da floresta representam 50% de todas as árvores presentes na amostra. As outras 4.750 espécies representam os outros 50% da amostra.

Em seguida, os cientistas organizaram as 4.962 espécies por ordem de representatividade na floresta. Para tanto, colocaram no eixo vertical de um gráfico a quantidade de indivíduos de cada espécie, e no eixo horizontal a posição da espécie no ranking de representatividade. Esse gráfico permite extrapolar uma reta que cruza o eixo horizontal na espécie de número 16 mil. É com base nessa extrapolação que os cientistas acreditam que devem existir aproximadamente 16 mil espécies de árvores nesse ecossistema. Esse número é muito parecido com o número de 15 mil espécies estimado por diversos outros métodos.

A distribuição desigual de espécies significa que, apesar da grande biodiversidade de árvores, um número pequeno de espécies é responsável por grande parte de todas as árvores, enquanto as outras espécies possuem poucos exemplares na região.

Essa desigualdade é enorme: 227 espécies cobrem 50% da floresta, 5.853 espécies cobrem 49,88% da floresta e as restantes 10 mil espécies cobrem 0,12% da floresta. Isso significa que as 6 mil espécies menos frequentes na Amazônia são extremamente raras. Os cálculos feitos pelos cientistas indicam que provavelmente elas possuem menos de 1 mil indivíduos em toda a região amazônica.

Essa descoberta tem implicações importantes para os estudos da região amazônica. Como grande parte da floresta é composta por um pequeno número de espécies, os cientistas acreditam que a floresta é provavelmente muito menos resistente às mudanças ambientais do que se imaginava. Se o ambiente se tornar desfavorável para uma fração das espécies dominantes, grande parte da floresta desaparece.

Além disso, a baixa frequência das espécies mais raras (com menos de 1 mil indivíduos em toda a região) torna praticamente impossível fazer um levantamento completo de todas as espécies presentes na região. É provável que muitas dessas espécies desaparecerão muito antes de serem identificadas.

Esse estudo é um bom exemplo do pouco que sabemos sobre a biodiversidade da Amazônia. Tal como a caixinha de Pandora, a floresta é cheia de surpresas.

* É biólogo

(Mais informações: Hyperdominance in The Amazonian Tree Flora. Science Vol. 342, pag. 1243093 2013)

FONTE: http://www.estadao.com.br/

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Ain't no tree high enough: Climbing South Africa's leafy summits

By Teo Kermeliotis and Jenny Soffel, CNN
November 7, 2013 -- Updated 1057 GMT (1857 HKT)

(CNN) -- David Wiles can't remember the first time he ever climbed a tree, but he does recall the first time he fell from one.
"I was about nine years old at a friend's party," says South African-born Wiles, 25. "I was told, 'do not climb that tree,' and as a child you always know better," he smirks.
That fall, however, was never enough to uproot Wiles' childhood fascination with hauling himself up tree trunks and clambering up branches. Nor did it prevent him from becoming a professional tree climber -- and embarking on a mission to reach the leafy summits of some of Africa's tallest specimens.
Last January, Wiles, along with fellow tree climber Drew Bristow, launched an expedition of tree enthusiasts aiming to explore and officially document for the first time some of South Africa's greatest trees.

A group of international tree climbers has embarked on a mission to explore some of Africa's most spectacular trees.

Read: 'Chewbacca bat' and other bizarre species found in national park (http://edition.cnn.com/2013/08/05/world/africa/chewbacca-bat-stinky-beetles/)
Rubber: From trees to wheels Namibian forest frozen in time

"I wanted to show Africa's beautiful trees to the world, bringing more awareness -- therefore protection -- to people who may not necessarily be interested in trees normally," says Wiles, co-founder of the "Explore: The Ancient Trees of Africa" project. "It's all about celebrating trees, educating people and preserving for generations to come."

Launched by David Wiles (pictured), the "Explore: The Ancient Trees of Africa" project is aiming to help highlight the need to preserve South Africa's spectacular trees.

Last January, the group climbed Africa's biggest baobab in South Africa's Limpopo province.

Record-breaking
Over 30 days, the team journeyed through the entire East coast and northern swathe of the country, covering more than 4,000 kilometers. Swinging like marionettes, the climbing troupe used tree-friendly ropes and motorized ascenders to scale some 20 magnificent trees, such as ancient baobabs, majestic yellowwoods and giant Saligna gum trees.
Highlights of the expedition included ascending the world's biggest baobab -- a giant indigenous tree in the Limpopo province, boasting a 40-meter stem circumference at its peak (its size varies according to weather conditions, explains Wiles).


"Just watching the sun going down from the top of that tree was amazing," remembers Wiles. "You are in the middle of nowhere and the only thing that you can hear around you is birds," he adds.

The group also scaled climbed for the first time what was measured to be the world's tallest planted tree: an 81.5-meter eucalyptus in Limpopo.

"Just watching the sun going down from the top of that tree was amazing," remembers Wiles. "You are in the middle of nowhere and the only thing that you can hear around you is birds," he adds.
"It makes you feel so small and insignificant. It also humbles you as these trees have stood for hundreds of years, thousands in some cases. Your mind wonders what they have been silent witnesses to over the centuries."
Read this: Saving the majestic baobab tree
It makes you feel so small and insignificant. It also humbles you.
David Wiles, tree climber
Wiles and his climbing partners also made history on January 26 when they scaled new heights by ascending for the first time what was measured to be the world's tallest planted tree: a giant eucalyptus in Limpopo which, at 81.5 meters, would tower above a 25-story building.
But the vista from the lofty canopy, says Wiles, served as a "very stark wake-up call" to the extent of the human destruction of even the most pristine habitats.
"You look in one direction and you've got a beautiful forest and some of Africa's tallest trees," says Wiles. "And then you turn 180 degrees and face backwards and there's nothing," he adds. "It's a complete contrast; (the area has) been cleared out, they've cut literally all of the trees down -- that was quite sad."
Outstanding trees
South Africa has an exceptional heritage of spectacular trees, boasting a large diversity of more than 1,300 tree and shrub species, as well as more than 1,000 introduced species, according to Izak van der Merwe, a forestry scientist at the country's Department of Agriculture, Forestry and Fisheries.
Yet illegal forestry, bushfires and industrial activities have had a big impact on some of South Africa's forests, threatening the country's rich biodiversity.

The climbers are using tree-friendly modern scaling techniques that involve a mechanical ascender which makes scaling easier and safer.

"We work on a leave-no-trace policy so the use of spurs is 100% no go!" says Wiles. "We shoot a thin 1.5mm line with a 8/10oz weight up into the canopy using a 10ft tall slingshot or crossbow," he adds. "We then disconnect the weight and tie on our rope and haul the thin line back pulling out climbing lines into the tree."

Wiles (left) and co-founder Drew Bristow also helped in installing nest boxes for the endangered Cape Parrot, an endemic species of which less than 1,000 are thought to be alive.

Read: 'Wall of trees' to protect Nairobi wildlife

In order to identify and safeguard its magnificent trees, the government launched in 2004 a project that gives special protected status to outstanding trees, based on their size and age as well as their historic, cultural and landscape value.
Your mind wonders what they have been silent witnesses to over the centuries.
David Wiles, tree climber
So far, more than 70 trees and groups have been declared "Champion Trees," a title that means they may not be cut, disturbed or damaged without prior license.
Wiles, who was born in South Africa and grew up in Zimbabwe before moving to the UK as a teenager, approached the "Champion Trees" project before embarking on his expedition. The authorities asked him if he could help in officially recording the height of specific trees and Wiles proudly says that his project has added up to four trees to the Champion Tree list.
Along the way, the team used mechanical ascenders to take non-climbers safely to the top of the amazing trees and experience the breathtaking vistas -- everyone from school children to national park rangers.
"This all goes to discovering and showcasing these amazing trees for people who will never see them themselves, as well as inspire some to go out and see them," says Wiles.
What's next?
In August, the team also helped to install treetop nest boxes for the endangered Cape Parrot, an endemic species of which less than 1,000 are thought to remain.
"Our skills as climbers allow us to see things no one has even seen before, and therefore offer vast research possibilities," explains Wiles, adding that the team is hoping to return to Limpopo as soon as possible to install further nests.

Wiles says the team is now hoping to gain more scientific backing for the Cape Parrots project and return to Limpopo as soon as possible to install more nests.

Wiles and Bristow enjoying the views from the tallest yellowwood tree in Eastern Cape.

As part of its educational focus, the group also gave school children the chance to experience the thrill of climbing South Africa's magnificent trees.

Can you think of a better place to take a nap?

... or just hang out for a while?

"We hope to gain more scientific backing into the Cape Parrots -- we are climbing arborists after all, not scientists -- and develop more knowledge and hopefully breeding pairs using the nest boxes successfully."
When asked if there is one specific tree that's on his bucket list, Wiles pauses for a moment, before declaring: "The one we haven't found!"
He adds: "I wouldn't say there is one particular tree because at the moment we've climbed the biggest and the most beautiful, but there is so much more; there is going to be something else out there that is going to blow me away, it's just a case of finding it -- there's always a search for the next big one."

FONTE: http://edition.cnn.com/